sábado, outubro 25, 2008

Batendo na porta do céu

Eu ando de saco cheio!
Saco cheio da minha, da sua, da nossa, da hipocrisia.
Na maioria das vezes, convivemos com ela pacificamente, propagando-a pelo vento.
Só que tem certos momentos que se torna uma coisa tão, mas tão gritante que é impossível suportar.
É impossível ficar impassível diante de algumas coisas, dai, se encaixa perfeitamente o clássico ditado: "Querer tapar o sol com a peneira...".
Pois é, por ai mesmo.
Passei uma boa parte de minha vida fazendo isso, deixando de querer exergar algumas coisas, distorcendo as que vinham a tona à meu favor.
Sendo "feliz".
Mas não.
Eu não era feliz.
Na verdade eu não sou "feliz".

Geralmente eu me sinto deslocado, fora, fora de alguma coisa, como se sempre faltasse algo para que tudo fosse pleno.
Essa plenitude vinda de algo, de algum lugar distante.
Mas eu também sou chato, creio que não quero essa felicidade "convencional", de bom emprego, boa família, boa vida e por ai vai...
Não, definitivamente eu também não me encaixo completamente nessa "vida de fôrma".
E então, o que fazer?
Dificil encontrar uma solução "simples".
E muito mais dificil não usar as "aspas".
Quase tudo que eu escrevo é subjetivo, não sei se alguém já percebeu...
As vezes não consigo mesmo ser direto.

Bom pra esse problema da felicidade e da gramática, não vou achar solução tão cedo, então, vou seguindo do jeito que tá. Mas claro, não ficando na mesmice, procurando sempre, sempre a solução dos problemas e, quando estes estiverem devidamente solucionados, procuro novos pra resolver. Acho que isso meio que é minha sina.

Tô ouvindo aqui Just Like a Woman do Bob Dylan (recomendo!) e pensando em tudo que passou e tudo que virá.
Tudo que eu vivi e tudo o que irei viver.
Tudo que eu proporcionei.
Todas as letras lidas.
Todas as notas ouvidas.
E cada pequena nuance de beleza espalhada pelo ar.
É, hoje eu estou de bom humor.

4 comentários:

Andressa Pacheco disse...

Sabe, cada vez percebo mais q esse vazio e esse "deslocamento" são comuns a todos. A diferença é que uns sabem fingir melhor. São poucos que assumem que, de fato, não sabem o q estão fazendo aqui. O q a gente observa, é a maioria tentando o tempo todo provar que é feliz... No fim de tudo, essas são as pessoas mais "infelizes".

Gritar é um bom remédio. rs

bjs

Anônimo disse...

Ninguém é realmente feliz, porque desde que nascemos recebemos uma vida pronta e programada: você vai estudar, trabalhar a vida inteira, se casar e se aposentar - a verdadeira vida fica pros momentos de férias.
Fingimos, todos, sobre tudo.

E quanto a hipocresia...é incrível, mas existem poucos que conseguem resistir. Ontem estava conversando com meu pai e ele acabou tocando no assunto dos moradores de rua e chorou. Assim, só de pensar num ser humano procurando comida no lixo. Cara, isso não me emociona. Não por ser fria, não ter sentimentos, egoísta, etc. simplesmente por ser hipócrita.

Ou talvez haja tantas coisas ruins que já nos acostumamos...

Continua com esse humor que nos leva à ótima reflexões! Um beijo.

Daniela disse...

Nos preocupamos demais em viver da melhor forma. Mais a melhor forma é a que nos agrada mais, não?

Anônimo disse...

i think the archive you wirte is very good, but i think it will be better if you can say more..hehe,love your blog,,,