Nós Tínhamos Uma Guerra

- Tínhamos uma guerra para lutar, mais nunca achamos o caminho.
Ele a olhava, porém, continuava sem muito entender. Para Ele, Ela era uma incógnita, um mistério, quase uma sombra, não fosse o brilho que se desprendia sempre de seu olhar.

Ninguém poderia ver, ninguém jamais poderia ver o quanto Ela era especial, todos, inclusive Ele, a olhavam sempre superficialmente, sempre a beleza, quente porém mortal.
Isso a deixava angustiada, fazia com que Ela perdesse a esperança no mundo, nas pessoas e até em si própria.

Tudo se desprendia naquele momento, até o cheiro das paredes recém pintadas a incomodava, enquanto Ele não parecia se importar. Ele não se importava com a poeira no chão, com os gritos ou com o desespero.
Ele estava onde queria estar.

E Ela só queria poder entendê-lo.
Entendê-lo e também ao mundo, pois para Ela, tudo era sempre estranho. Como sempre, Ela não esquecia da sua missão, do seu dever, da sua conduta.
Ele, para Ela, também era uma incógnita, afinal como poderia alguém viver daquela maneira?
- Você seria alguma vez capaz de matar-me?, perguntou Ela.
- Jamais - respondeu Ele no ato -, porém se isso fosse realmente do seu feitio, eu o faria, não sem pena e dor, mas faria.
- Isso seria minha maior prova.
- Prova do quê?, indagou Ela.
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