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segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Poemas de segunda (feira)


Dias de estrelas caídas,
Começando da maneira como sempre começam.
E eu, acordo cedo, com medo de ver o sol.
Como já de praxe, a velha dor de cabeça
A constante vontade de fechar os olhos.

Enquando os samples da minha vida demonstram toda a sua fatalidade.
Tudo tão certo quando o sol que há de nascer amanhã.
E várias músicas tocam em constante loop,
Desde os momentos de meu nascimento.

O pop, o não-pop, anti-pop, anti-tudo.
Um poema sem graça
Vários poemas sem graça
Como nos pensamentos, sem graça.

Latitudes sem longitude insistem em não determinar lugar nenhum
Mas assim ainda você busca seu lugar ao sol.
"Ah, mas eu tenho direito"
Você pensaria.
Mas é mentira, sinto-lhe dizer, é tudo falso.

Estradas.
Entram em minha mente, como sempre.
Falta de obrigação sempre permeia seus pensamentos
A raiva lhe consome e você busca vingança.
Mas, sinto-lhe dizer, isto não levará a nada e tudo o que conseguirá será que a vingança volte contra você.

Certo ou errado.
Você não escolhe.
E isto, isto que passa por seus olhos, não significa nada.
Nem tente entender.

Este poema não significa nada.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Labirinto di Chartres



João passava por mais um de seus estranhos dias.
Dia triste, melancólico, e, o pior de tudo, sem motivo aparente.
E exatamente essa falta de motivo, esse "nada", essa ausência, é que o deixava ainda mais desesperado.

Apesar de tudo isso, como sempre, ele insitia em manter uma estranha esperança, ao mesmo tempo misturado com um certo tipo de solidão.
Talvez seja o forte suco de maracujá que ele sempre tomava que talvez o deixasse anestesiado, misturando então isso com uma nostalgia de algo que não aconteceu e um medo do que talvez nunca acontecerá de verdade.

Ele de novo se perdia em suas próprias palavras e buscava com todas as suas forças não entender o que se passava. Não, ele não queria, porém sua cabeça parecia funcionar sozinha e o levava por um intricado caminho de desejos e medos, de amores e ódios, de tudo o que ele viveu e também o que não viveu, mas, poderia ter vivido. Sua cabeça era mais forte que ele, sempre comandava a situação, sempre o conduzia através dos labirintos que existiam dentro dela própria. Porém ele nunca conseguia encontrar a saida e sempre, sempre voltava ao ponto de partida.

Ele notava então que sua vida parecia se repetir em eternos ciclos, sempre as mesmas cenas, os mesmos sentimentos. O que mudava, no máximo, eram os cenários e os personagens, porque o resto, parecia sempre igual.
Sempre igual.
Sempre igual.
Tudo o que ele então desejava era conseguir encontrar a saida do seu próprio labirinto, para a partir de então, sentir-se livre.
Como o lenço sujo em sua mão que, ao fechá-la e novamente abri-la, transformava-se num pombo.
Branco.