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terça-feira, agosto 18, 2009

"E o que eu vou ver? Eu sei lá..."

"Yes, I received your letter yesterday
(About the time the door knob broke)
When you asked how I was doing
Was that some kind of joke?
All these people that you mention
Yes, I know them, they're quite lame
I had to rearrange their faces
And give them all another name
Right now I can't read too good
Don't send me no more letters no
Not unless you mail them
From Desolation Row
"

Só pra desencargo de consciência.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Faces de uma mesma moeda


Existem coisas que definitivamente não necessitam de explicação. São auto-explicativas*. Intuitivas. Fáceis mesmo de entender.

Já outras não, exigem mais trabalho, mais momentos de pensamento solitário e também mais conversar no bar.

Aliás, algumas das melhores conversas que eu já tive foram numa mesa de bar. Talvez o clima favoreça discussões mais profundas, principalmente depois de algumas cervejas bebidas.

Mas enfim, depois de algum tempo de reflexão, eu percebi que poderia encarar meu habitual tédio de duas maneiras distintas.

Primeira:
Me afundar no fundo da cadeira (e da consciência) achando que o mundo é horrível, que nada presta, que tudo ao meu redor é completamente entediante e sem sentido, que todos iremos morrer e não existe sentido em buscar alguma esperança de vida.

Segunda:
Perceber que o tédio (como tudo) é bastante relativo e que eu posso simplesmente buscar uma nova forma de me entreter e passar o tempo. Existem infindáveis coisas existentes nesse mundo (apesar de ele não estar bem das pernas) que podem ser interessantes e nos instigar a buscar algo novo fazendo-nos perceber que, no fim de tudo, se afundar em sua própria melancolia não vai ajudar em absolutamente NADA!

NADA mesmo.

Enfim, vamos deixar essa auto-piedade* de lado e buscar algo novo.
Se tudo parece uma merda pra você, é porquê ainda não saiu pra buscar algo realmente interessante.
Uma coisa posso afirmar, nada vai simplesmente cair em seu colo se você ficar só esperando e achando que o mundo é horrível e que todos estão contra você.

Chegar até a porta e olhar o dia, te garanto, já vai ajudar bastante.

*Pelo menos por enquanto, não vou aderir a tal "Reforma Ortográfica".

quarta-feira, dezembro 10, 2008


Em uma de suas antigas lembranças, João recordava-se de como era acordar todos os dias às 4:30h da manhã para ir trabalhar.

Conseguia se lembrar exatamente do sobresalto que dava da cama ao acordar assustado com o barulho do despertador. Era um barulho muito alto, senão, ele não levantava e acabava perdendo a transporte. Dai, acabava por acordar sempre de péssimo humor e já começava o dia amaldiçoando o seu trabalho e a si próprio por viver daquele jeito.

Eventualmente, de tão alto que era o seu despertador, acabava por acordar um ou outro vizinho que sempre o esperava perto de sua casa para lhe xingar.
Ele odiava aquilo tudo.
Odiava.

Pior ainda eram os dias de chuva. Sempre acumuluva uma poça de água de uns dois metros de diâmetro justamente em frente a porta.
Ele tinha duas opções, a primeira era chegar até o meio da sala, sair correndo e dar um verdadeiro salto em distância por sobre a poça e cair do outro lado sem sujar os pés.
Porém, havia um problema nessa abordagem:
Quem fecharia a porta?
Assim sendo, ele era obrigado a enfiar os pés na poça para poder fechar a porta e assim, ficar o resto do dia com as meias molhadas nos pés...

Essa era uma daquelas lembranças completamente inúteis, que ele queria e deveria esquecer, mas como sempre, insistia em voltar.

Ele decidiu então pegar esta lembrança e, como não poderia se livrar dela, jogá-la bem fundo nos porões da inconsciência. Um lugar tão fundo que nem que ele quisesse pegá-la de volta, conseguiria.

E ele fez.
E no grande dia de chuva que se seguiu, a coisa que mais lhe chamou a atenção foi o grande arco-íris que se mostrava bem em frente a sua porta.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Turbulências soníferas.


Um dia, João Silva dos Santos acordou assustado, deu um pulo da cama e, com um estranho sorriso no canto dos lábios, foi constatar tudo que já desconfiava. A noite anterior de sono havia tido um estranho tom revelador.

Tudo o que tinha visto, ouvido, lido e sentido no dia anterior, foram condensados num turbulento sono. Havia ficado realmente impressionado como as pessoas e coisas resolvem rápido seus problemas.

De certo modo, isto era um tanto estranho para ele, rapaz que sempre demorava de resolver suas pendências, demorava à escolher, voltava em suas decisões e outras coisas mais.

Mas, diferente de outras vezes, ele sequer se importava com isso profundamente, agora, iria mudar as coisas por ali e pela sua cabeça.

Ele traçava um plano, um novo plano.

Jogou pela janela de sua cabana de beira de estrada todas as suas coisas. Para ele, tudo aquilo pertencia ao passado, um passado que agora somente existiria em suas lembranças.

Não que fossem lembranças ruins, mas também não eram em sua totalidade boas. Eram equilibradas, se bem que, de tempos em tempos ele achava que tinha mais ruins que boas. Mas enfim, eram lembranças e, assim sendo, deveriam ser guardadas.

Assim, como sendo a segunda parte do seu plano, juntou todas elas num saco, colocou dentro de uma caixa e guardou-as num canto. Era um canto acessível, caso ele quisesse vê-las, mas também não ficava ocupando muito espaço importante, garantindo assim que tivesse muito lugar disponível para tudo de novo que o esperava. Caso um dia isso viesse a se tornar um estorvo, jogaria tudo nos porões para liberar espaço.

Pegou um pequeno canivete, seu velho boné de posto de gasolina e saiu.
Saiu, para nunca mais voltar.
Saiu, para desbravar o mundo desconhecido e se perder em suas entranhas.
Saiu para desbravar o seu infinito.